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Qual a diferença entre Psicopatia e Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA)?



O transtorno de personalidade antissocial (TPA) é um diagnóstico clínico caracterizado por um padrão persistente de desrespeito pelas normas sociais e pelos direitos dos outros. Estudos indicam que cerca de 3% dos homens e 1% das mulheres têm TPA. Por exemplo, imagine uma pessoa que frequentemente mente para obter benefícios no trabalho, manipula colegas para conseguir vantagens e ignora as regras de convivência sem se importar com as consequências. Indivíduos com TPA tendem a ser impulsivos e agressivos, o que pode levar a problemas legais.


A psicopatia inclui características adicionais, como charme superficial e estilo de vida parasitário. O conceito de psicopatia deriva do psicólogo Robert Hare, influenciado pelo trabalho do psiquiatra americano Hervey Cleckley, que publicou um livro chamado “A máscara da sanidade”, criando uma escala chamada de PCL-R (Psychopathy Checklist, Revised), que é a ferramenta diagnóstica padrão-ouro para a condição. Pesquisas mostram que apenas 1% da população geral pode ser classificada como psicopata, mas esse número aumenta para 15-25% entre a população carcerária. Um exemplo tangível seria alguém que usa seu carisma para enganar amigos e familiares, convencendo-os a emprestar dinheiro sem intenção de pagar, e que se envolve em atividades criminosas com facilidade e sem remorso. Psicopatas exibem uma falta de empatia extrema e frequentemente têm um comportamento manipulador e calculista.


Embora quase todos os psicopatas preencham os critérios para TPA, apenas uma minoria das pessoas com TPA preenche os critérios para psicopatia. A psicopatia representa um subconjunto mais severo dentro do espectro dos transtornos de personalidade antissocial. 


“Apesar dos critérios presentes na PCL-R e os critérios do transtorno de personalidade antissocial apresentarem algumas semelhanças, a PCL-R avalia diversas características graves que não estão presentes nos critérios do transtorno de personalidade antissocial, como loquacidade e charme superficial, estilo de vida parasitário, versatilidade criminal e revogação de liberdade condicional” - Dr. Thiago Fernando da Silva, médico psiquiatra forense e sócio-diretor da Ethos Psiquiatria

Estudos recentes utilizando neuroimagem mostraram que psicopatas apresentam diferenças na estrutura e função cerebral, especialmente em áreas relacionadas ao controle de impulsos e à empatia, como a amígdala e o córtex pré-frontal . Essas descobertas ajudam a entender por que os psicopatas exibem comportamentos mais extremos e traços de personalidade específicos que não estão presentes em todos os indivíduos com TPA.




Referências Bibliográficas:

  1. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5).

  2. Black, D. W. (2015). The Natural History of Antisocial Personality Disorder. Current Psychiatry Reports, 17(5), 32.

  3. Hare, R. D. (2003). Without Conscience: The Disturbing World of the Psychopaths Among Us.

  4. Blair, J., Mitchell, D., & Blair, K. (2005). The Psychopath: Emotion and the Brain.

  5. Raine, A. (2013). The Anatomy of Violence: The Biological Roots of Crime.

  6. Glenn, A. L., Raine, A., & Schug, R. A. (2009). The neural correlates of moral decision-making in psychopathy. Molecular Psychiatry, 14(1), 5-6.

  7. Kiehl, K. A. (2014). The Psychopath Whisperer: The Science of Those Without Conscience.

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